
Setembro de Ouro na Arbitragem Cripto
Moedas, corretoras, bugs e hackers fizeram de setembro o melhor mês da Arbimax, confira o que rolou:
Leia maisResumo:
Nas últimas semanas, o mecanismo de Auto-Deleveraging (ADL) vem sendo acionado em diversas corretoras — principalmente Bybit e Gate — em momentos de alta volatilidade.
O resultado? Posições forçadas ao fechamento automático, mesmo sem violar margem, e operações que deveriam render 50% terminando com 10%.
O que era para ser gestão de risco virou intervenção direta sobre o lucro do trader.
Durante o colapso repentino de Alpha, uma das moedas mais negociadas da semana, usuários posicionados corretamente na Bybit viram o inesperado acontecer:
suas posições short, que estavam 50% lucrativas, foram encerradas automaticamente com apenas 10% de ganho.
A justificativa oficial foi o acionamento do ADL (Auto-Deleveraging) — um mecanismo que entra em ação quando o fundo de seguro da corretora não cobre todas as liquidações.
Na prática, o sistema fecha parte das posições lucrativas para equilibrar perdas do outro lado do book.
Do ponto de vista do trader, não houve erro: a margem estava saudável, o stop intacto, e ainda assim o sistema decidiu encerrar o lucro por conta própria. Há quem corrobore a ideia de que seria pra conter prejuízos da própria corretora que, segundo alguns, promovem liquidez fake no próprio book com ordens próprias.
Enquanto isso, na Mexc, a outra ponta da arbitragem — que estava comprada em Alpha — seguiu aberta.
O operador só percebeu o que havia acontecido quando viu a perna da Bybit fechada sozinha.
O resultado: -15% de prejuízo na Mexc e lucro travado em 10% na Bybit, quando deveria ter sido um ganho líquido de quase 50%.
Essa assimetria é o pior cenário possível em arbitragem:
o hedge quebra, o operador fica exposto direcionalmente, e o resultado final distorce completamente o risco planejado.
A história se repetiu na Lever, em plena madrugada.
Uma oportunidade rara que poderia render ganhos acima de 100% terminou sendo interrompida por fechamento automático das posições com apenas 25% de lucro.
Nenhum aviso prévio, nenhuma falha do usuário.
Apenas o mesmo padrão: ADL acionado silenciosamente.
O trader faz tudo certo, respeita margem, gere risco, e ainda assim é forçado a sair cedo porque o sistema decidiu que seu lucro era “exagerado demais para o fundo de seguro aguentar”.
Se o ADL parecia uma exceção, os casos de Bless e HEI mostram que virou rotina.
Nenhum alerta, nenhuma liquidação, apenas intervenção direta sobre o resultado do operador.
E fica a pergunta que precisa ser feita:
como um sistema que supostamente “protege o mercado” acaba funcionando como um corte manual no lucro do cliente?
Nos dois casos, a história se repete.
Gate e Bybit afirmam que o ADL é uma medida “automática” e “necessária” para preservar a estabilidade.
Mas estabilidade pra quem?
Porque o trader — que está certo, posicionado, alavancagem moderada e margem folgada — é quem está sendo punido.
Enquanto isso, a corretora mantém o fundo de seguro intacto e fecha o lucro de quem operou certo.
Fica difícil não enxergar o ADL como o que ele se tornou na prática:
um mecanismo de confisco disfarçado de controle de risco.
Um sistema que “protege” o mercado retirando lucro legítimo do trader é, no mínimo, uma contradição ética e técnica.
E se não é erro, então é escolha — e isso é o que torna o problema ainda mais grave.
Esses eventos trazem à tona uma discussão que vai além da arbitragem:
qual é o valor de um contrato se a contraparte pode mudar as regras no meio do jogo?
Quando o trader entra num derivativo, ele aceita riscos conhecidos — liquidação, funding, slippage.
Mas o ADL adiciona um risco oculto, quase impossível de prever:
o de ter seu lucro limitado por motivos sistêmicos, mesmo tendo operado corretamente.
Em outras palavras, o ADL não protege o trader — protege a corretora.
Nos testes e casos da Arbimax, identificamos padrões claros:
Em todos os casos, o resultado é o mesmo: lucro cortado, confiança quebrada.
Na Arbimax, operamos arbitragem com disciplina, métricas e neutralidade.
Sabemos que mercado livre só é eficiente quando as regras são claras e simétricas.
Mas quando uma corretora intervém para restringir o ganho legítimo de quem estava certo, ela rompe a confiança que sustenta o mercado de derivativos.
Lucro não é privilégio — é consequência.
Quem aceita ser liquidado no erro, tem direito de ser recompensado no acerto.
E o trader que opera com margem saudável, sem romper limites, não deveria pagar a conta de quem foi liquidado do outro lado.
Enquanto o ADL continuar sendo usado como atalho, a arbitragem seguirá vulnerável a intervenções imprevisíveis — e a confiança do mercado seguirá corroída.
Conclusão:
Alpha, Bless, HEI, Lever e Gate reforçam o mesmo recado:
o verdadeiro risco da arbitragem cripto hoje não é o mercado — são as corretoras que decidem quanto você pode lucrar. Apesar disso, seguimos muito bem. A constância supera esses contratempos e temos até aqui, a melhor quinzena do ano. Essa, provavelmente a melhor semana em resultados, mas só por que a comunidade aprendeu a identificar os perigos do mercado. Entramos na hora certa e saímos na hora certa, nas 3 oportunidades que deram ruim dentro das mil semanais.
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